Plantas ornamentais e toxicas

Conhecer quais são as espécies perigosas é a melhor forma de evitar acidentes

Plantas tóxicas são um perigo. Ontem pelo Instagram vi uma foto inquietante: um bebê a pegar nas folhas da Dieffenbachia picta, a venenosa comigo-ninguém-pode, planta ornamental cultivada em vasos.

A mãe, designer italiana, contava com orgulho (e ingenuidade) que seu bebê estava tendo a primeira experiência de jardinagem.

A foto havia sido postada há poucos minutos. Imediatamente, fiz de tudo para alertá-la do perigo. Consegui avisá-la e ela ficou muito agradecida. Fiquei feliz por ter salvado uma criança!

Acidentes com plantas tóxicas podem ser fatais. No Brasil, segundo a Fundação Oswaldo Cruz, foram registrados em 2013¹, 441 casos de intoxicação em humanos. Destes, 204 casos, ou seja, quase 50% ocorreram com crianças entre 1 e 4 anos, justamente a idade em que as mãozinhas levam tudo para a boca.

comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta)

Acidentes com plantas tóxicas podem ser fatais. No Brasil, segundo a Fundação Oswaldo Cruz, foram registrados em 2013¹, 441 casos de intoxicação em humanos. Destes, 204 casos, ou seja, quase 50% ocorreram com crianças entre 1 e 4 anos, justamente a idade em que as mãozinhas levam tudo para a boca.

Diferente dos animais que podem fugir de seus predadores, as plantas exalam substâncias químicas, como alcaloides, glicosídeos, ácido oxálico e vários outros para se verem livres de visitantes inconvenientes. Esses princípios ativos muitas vezes são usados de forma medicinal. Vale aquele ditado: a diferença entre o remédio e o veneno é a dose.

bico-de-papagaio (Euphorbia pulcherrima)

A falta de conhecimento é o principal fator para a ocorrência desses acidentes. A comigo-ninguém-pode, por exemplo, é uma planta que tem fama de espantar o mal olhado. Com frequência a encontramos em portas de casas e comércios. Suas folhas são ornamentais, atrativas para as crianças. Os princípios ativos (estricnina e oxalato de cálcio, além de outras substâncias protéicas e não-protéicas) presentes em toda a planta, causam edema, reações inflamatórias na mucosa, afixia e morte. Outra planta venenosa que comumente é vista em situação de risco é a Euphorbia pulcherrima, popularmente chamada de bico-de-papagaio. Em festas natalinas, essa espécie de brácteas² vermelhas é usada para decorar mesas. Possui um látex altamente irritante.

Nos jardins também encontramos várias outras espécies comuns e tóxicas como as floridas azaléia (Rhododendron sp.), alamandra (Allamanda catartica), jasmim-manga (Plumeria rubra) e espirradeira (Nerium oleander); as que tem folhas decorativas como o cróton (Codiaeum variegatum),  tinhorão (Caladium bicolor) e costela-de-adão (Monstera deliciosa); as que usamos em vasos, bem pertinho, muitas vezes até dentro de casa ou na varanda, como o buxinho (Buxus semprevirens) e o avelós (Euphorbia tirucalli).

azaléia (Rhododendron sp.)

É interessante ressaltar que algumas plantas só são tóxicas para cães e gatos. Em breve falaremos disso. Por enquanto, sugiro visitarem o catálogo de plantas tóxicas no Pinterest para conhecerem algumas das espécies mais comuns. Neste outro texto falo um pouco mais sobre o assunto.

¹ Dados mais recentes;

² Folhas modificadas para atraírem polinizadores.

Texto de Rosalba da Matta Machado publicado originalmente na coluna Jardinando do portal Mundo Husqvarna. Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29). Todos os direitos reservados.

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