Manutenção Correta de Espécies Ornamentais - Parte I

Mesmo sendo mais resistentes plantas ornamentais precisam de cautela na hora da manutenção.

No paisagismo existem algumas espécies mais comuns. Aquelas que combinam com vários estilos de jardins, são bonitas, florescem bastantes e são, além de tudo, resistentes. Porém, mesmo sendo mais resistentes, precisam de cautela na hora da manutenção: são detalhes como a frequência e o tipo de poda, limpeza e controle de doenças que definirão se essa planta será um destaque ou um desastre no seu jardim.

A seguir listo alguma dessas espécies:

Alpinia purpurata: seu nome popular é o mesmo, alpínia. É uma espécie bastante decorativa, onde a folhagem verde escura e as brácteas vermelhas (folhas modificadas que atraem os polinizadores e envolvem as minúsculas flores) encantam os olhares e compõe um perfeito ambiente tropical. A manutenção da alpínia consiste na limpeza de folhas secas, amareladas, rasgadas e doentes. As brácteas já desbotadas ou sem a característica exuberância comum também devem ser retiradas por inteiro. Caso um ramo da alpínia tenha várias folhas merecedoras de poda, retire o ramo todo. Se apenas duas ou três precisarem ser podadas, retire essas folhas e deixe o restante do ramo com as demais folhas. O que não deve ser feito: podar os ramos na altura, pois descaracteriza a planta, deixando-a com aspecto atarracado. Uma poda radical (podar a planta por inteiro) pode também ser desastrosa. Ela demorará longo tempo até recuperar a mesma altura e volume.

Alpínia (Alpinia purpurata) e barba-de-serpente (Liriope muscari)

Bambusa gracilis: é uma das espécies de bambus mais utilizadas nos jardins. São chamados popularmente de bambuzinho-de-jardim ou bambuza. Ao plantá-las, deve-se levar em conta que se proliferam rapidamente por rizomas (caules subterrâneas ricos em nutrientes que originam novas plantas) e, portanto, para evitar demasiada manutenção futura, divisores de canteiros devem ser utilizados. Depois de cheias as touceiras, um dos inconvenientes são os galhos que tombam, insistindo em “tocar” os transeuntes ou até mesmo o chão. Como o bambu é uma planta que não combina com podas (as podas tiram o ar natural, livre), um artificio interessante, caso tenha parede ou cerca atrás do bambuza, é o uso de fios de nylon presos de um lado a outro das touceiras. Eles seguram os galhos sem necessidade de poda-los. Caso seja necessário reduzir a altura e a poda seja imprescindível, tente fazer de modo irregular, deixando partes com alturas desencontradas para evitar perder o aspecto natural.

Buxus semprevirens: conhecido popularmente por buxinho é uma planta versátil e resistente. Fica bem em jardins clássicos, contemporâneos, minimalistas… Normalmente é utilizada em formato esférico… E assim deve ser mantida! Um dos principais erros na manutenção do buxinho é a poda errada, que deforma a planta. Formato esférico significa uma bola, não uma gota ou qualquer coisa quadrada ou retangular! Neste momento entra a habilidade do jardineiro e o cuidado de ir podando aos poucos, atentamente. Uma boa dica é afastar-se da planta de tempos em tempos para reparar de longe onde a planta já está com o formato correto e onde ainda precisa de poda. Muitos paisagistas preferem deixa-lo “encaixado” próximo ao solo, sem tronco aparente. A poda correta também evita que surjam esses tronquinhos (que deixam o buxinho com formato de estranhas arvorezinhas anãs!).

Buxinho (Buxus semprevirens)

Cyperus papyrus: o famoso papiro-do-egito, usado na fabricação do primeiro papel é ótimo para áreas mais úmidas e alagadas. Nestas circunstancias, cresce rapidamente. Sua manutenção deve ser feita podando-se o mais baixo possível, rente ao solo, os caules quebrados ou com as folhas secas ou danificadas. O uso de divisores de canteiros ao redor da muda principal também é aconselhável. A poda mais alta abandona para trás inúmeros tocos secos que deixam a touceira com aspecto de mal cuidada.

Liriope sp: conhecida pelo simpático nome de barba-de-serpente quando com folhas variegadas (verde e branco) ou liriope verde, quando com folhas verdes, essa forração de folhas ou verde ou verde e branco (na variedade variegada) é utilizada para a formação de canteiros em locais a pleno sol ou meia-sombra. Sua manutenção consiste na retirada de folhas inteiras, o mais baixo possível, quando estiverem secas ou com as pontas secas, machucadas ou doentes. Como alguns canteiros são compostos de centenas de plantas, cada uma delas com centenas de folhas, a manutenção deve ser, portanto, constante e criteriosa para evitar aspecto de abandono e falta de cuidado. O que não deve ser feito: podar as pontas ou parte das folhas, deixando o restante na planta. As folhas podadas não crescerão novamente e deixarão a touceira deformada.

Evidentemente que muitas podas de limpeza podem ser evitadas quando o plantio de cada espécie é feito em ambiente correto (sol, meia-sombra, sombra), solo ideal (argiloso, rico em matéria orgânica, drenado) e, depois de plantada, receber correto manejo hídrico e nutricional.

Liriope-verde (Liriope spicata)

Texto de Rosalba da Matta Machado publicado originalmente na coluna Jardinando do portal Mundo Husqvarna. Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29). Todos os direitos reservados.

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